sábado, 27 de junho de 2009

Discurso do homem


Estou preocupado com sua emancipação. Meu falso moralismo mequetrefe é retocado, a cada dia, por uma nova camada de algo um pouco mais subjetivo, mas isso não evita que eu me torne demasiadamente intolerante. Chame isso de machismo, ou qualquer outra definição estéril.
Seu papel é histórico, entenda isso.
Como uma carpa você tenta distorcer a realidade e caminhar contra a correnteza. Todavia, perceba que a borboleta, por mais bela que seja, será sempre uma incurável lagarta.
E isso é o que há de real. Sempre disseram que contra fatos não há argumentos; pois bem, esse pode ser o analogado principal.
Certas inovações mais parecem contravenções, incertas à medida que afetam o meu próprio interesse.
Estou realmente preocupado com essa emancipação. Esse não querer ser, não querer ter.
Você, mulher, é e sempre terá consigo a mazela da escolha divina.
O pecado sempre foi feminino - analise por Eva.
A prostituição é feminina - analise por Maria Madalena.
Meu aval é histórico.
A mulher fora punida com a necessidade da maternidade. O homem, abençoado pelo descompromisso da criação.

sábado, 20 de junho de 2009

Mirror


O autoconhecimento de cada indivíduo, a volta do ser humano às suas origens, ao seu próprio ser e à sua verdade individual e social, eis o começo da cura da cegueira que domina o mundo de hoje.

(Jung, Psicologia do Inconsciente, pág. IX).

Inself


Não há mais deuses que pudéssemos invocar em auxílio. As grandes religiões sofrem no mundo todo de crescente anemia porque os numes prestativos fugiram das matas, rios, montanhas e animais, e os homens-deuses sumiram no submundo, isto é, no inconsciente. E supomos que lá eles levem uma existência ignominiosa entre os restos de nosso passado, enquanto nós continuamos dominados pela grande Déesse Raison que é nossa ilusão dominadora. Com sua ajuda fazemos coisas louváveis: por exemplo, livramos da malária o mundo, difundimos em toda a parte a higiene, com o resultado de que povos subdesenvolvidos aumentem em tal proporção que surgem problemas de alimentação. “Nós vencemos a natureza” é apenas um slogan. A chamada “vitória sobre a natureza” nos subjuga com o fato muito natural da superpopulação e faz com que nossas dificuldades se tornem mais ou menos insuperáveis devido à nossa incapacidade de chegar aos acordos políticos necessários. Faz parte da natureza humana brigar, lutar e tentar uma superioridade sobre os outros. Até que ponto, portanto, “vencemos a natureza”?

(Jung, A Vida Simbólica, vol. I, paragrafos 597-598).